SAÚDE
FAB transporta coração para transplante em Brasília
Um homem de 42 anos em Brasília (DF) irá receber um coração de um doador de 16 anos da cidade de Jaraguá do Sul (SC). O transporte do órgão aconteceu nesta terça-feira (04/08) e teve o apoio de um jato Learjet U-35 da Força Aérea Brasileira (FAB). Os órgãos de controle do espaço aéreo também atuaram para diminuir o tempo de voo.
A aeronave operada pelo Esquadrão Guará (6º ETA) decolou às 10h50 da Base Aérea de Brasília com destino a Joinville (SC), de onde os dois médicos cirurgiões e um enfermeiro seguiram no helicóptero Águia da Polícia Militar. Às 16h04, o avião decolou de volta para a capital federal, onde pousou às 17h50 e seguiu no helicóptero sentinela do Detran-DF para o Instituto de Cardiologia do Distrito Federal, onde o transplante será realizado.
A enfermeira Karine Lustosa Araújo Melo, que acompanhou a captação do órgão, destacou que o trabalho conjunto entre as diferentes instituições é fundamental para o transplante ser realizado. "Para a gente fazer esse procedimento de captação de órgão é necessário sempre um trabalho conjunto. Se não fosse a equipe de aviação, isso não seria possível, pois esse procedimento tem que ser feito rápido", explica. A profissional também ressaltou que, sem o apoio aéreo, o órgão seria perdido. "O tempo de isquemia do coração é de quatro horas", afirma.
Tempo de voo reduzido
As medidas de coordenação do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), órgão do Comando da Aeronáutica, permitiram que o tempo de voo entre Brasília (DF) e Joinville (SC) fosse reduzido em cerca de 20 minutos a cada trecho. O ganho total de tempo foi de quase uma hora. A aeronave percorreu uma rota praticamente em linha reta, fora das aerovias estabelecidas para a região.
"Quando a gente decolou para o destino, e também na volta, a aeronave teve essa prioridade no tráfego aéreo, de acordo com as regras previstas. Justamente para ganhar tempo e ter mais facilidade e rapidez", assegura o Tenente Vitor Freitas, um dos pilotos envolvidos na missão. Para o militar "é uma satisfação participar de uma missão que vai salvar uma vida".
De acordo com o Tenente Lucas Ferreira Rosa, do Salvaero Curitiba que coordenou o apoio aéreo, em função do tempo restrito para a retirada do órgão, a missão de transporte de órgãos é uma operação muito sensível. "É necessário prontidão, agilidade e operacionalidade de todos os elos envolvidos nos apoios aéreos e terrestres da missão” finaliza.
A missão, coordenada pelo Salvaero Curitiba - unidade da Aeronáutica que coordena missões de busca e salvamento na região Sul, também envolveu Polícia Militar de Santa Catarina, Hospital São José de Jaraguá do Sul, Detran do Distrito Federal e Central Nacional de Transplantes.